Ser adulto é provavelmente uma das sensações mais
contraditórias da vida humana.
Explico.
A construção do nosso modo de pensar funciona de maneira a
imaginar que as coisas se desenvolvem de maneira linear.
Aliás, ledo engano. Erro grave.
Quando se é criança e\ou adolescente, a gente imagina que os
erros e bobagens que a gente usualmente costuma cometer, serão simplesmente
substituídos por decisões mais precisas e racionais.
Maturidade... Ou o que julgamos ser ela...
Não é verdade.
Cometer erros, ou ações que julgamos equivocadas, repetidas
vezes, torna-se um contínuo processo pedagógico que quase sempre parecem
retornar a sua rotina, como algo novo.
Talvez essa seja uma das poucas permanências.
Sei lá... talvez o nosso cérebro fixe uma ideia, quase
sempre equivocada, como nos roteiros e filmes onde as coisas simplesmente vão
se encaixando ao longo do desenvolvimento do roteiro.
Não quero fazer juízo de valor sobre erros e acertos. Mas a
doce ilusão de acertar é quase sempre premiada com capacidade\condição de
prosseguir. Errar, com outro e\ou consigo próprio, pode ser um peso maior ou
menor na sua capacidade de simplesmente levantar todos os dias pela manhã e
encarar a sua ornada individual.
Doce ilusão... sim, elas são tão doces mas tão capazes de
nos equilibrar que quando nos sentimos mal somos capazes de trocar qualquer
coisa por aquele status de equilíbrio.
É claro, esse subjetivismo parece de uma abstração que se
encaixa (ao mesmo tempo que não) a qualquer meio\espaço em que se vive.
(*)
Os nossos desejos e projeções são orças motoras na nossa
capacidade de prosseguir com o dia a dia, ao mesmo tempo que nos sugerem uma
permanente insatisfação por querer projetar mais e mais.
Qual o ponto? Qual o limite? Até onde podemos ir? Quem define
isso?
As vezes penso ter chegado longe demais para um suburbano soteropolitano
incapaz d reconhecer os mínimos requintes dos viajantes. Por outro lado, talvez
o tenha chegado justamente pelo fato de sê-lo.
Vai sabe?!
Dia desses andei anotando lugares e pessoas que tive a
oportunidade de conhecer. Uma montanha de diversidades, ritos, jeitos,
linguagens etc etc etc... Isso trouxe monumentais experiências. Trouxe também
algumas frustrações.
Se é assim que as coisas são, que assim sejam. Ônus e bônus,
doar e receber, compreensão e ser compreendido.
Me encaminho para quase um ano de um sonho que já beirou
algumas vezes o pesadelo, mas que continua me encantado (ou me iludindo) que
tudo ficará bem.... que tudo ficará melhor...
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