domingo, 22 de fevereiro de 2015

Olhe pra cima, mas olhe para os lados

Desde que me entendo por gente quase nunca tive medo de voar. As vezes tenho a sensação de que viagens de avião e ônibus são tão parecidas que as pequenas turbulências se assemelham a buraqueira das estradas de asfalto. Talvez têji no sangue, já que meu vô era piloto autodidata.

Já perdi as contas de quantas vezes viajei de avião. Isso é algo muito importante pra quem viveu épocas em que aeroportos era coisa gente muito chique, apenas frequentado pela alta sociedade.

Quando eu era bem moleque, lá pelos idos da década de 90, passavam aviões em todas as direções, de um lado e do outro pelos céus de onde eu costumava brincar. Às vezes, pareciam passar tão perto do chão que dava a impressão que se chocariam com os prédios. Em outras, pareciam estar tão perto que dava a impressão de que as janelas estavam abertas.

Contei essa história para o meu pai, um cara que viajou de avião desde muito moço e para vários países da América Latina. Certa vez, disse-lhe que tinha visto um avião tão baixo que vi as janelas abertas. Ele riu e me contou que aquilo não poderia ter acontecido, pois, os aviões não podiam voar de janelas abertas. Eu fiquei surpreso com aquilo, mas acho que ele entendeu que era possível, de longe, ter a impressão de que as janelas do avião estavam abertas.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Teimosia tem limites

A constituição e interpretação dos valores morais e éticos produzem grande complexidade nas relações dos indivíduos em sociedade. O tal do Webber, pra piorar (na realidade neste caso é pra
melhorar - coisa rara vinda deste senhor), diz que não se pode misturar as relações éticas em família, política e cultura.

“Cada um na sua e assim a vida segue”, diria o poeta.

Valores não são universais. Mas antes que você me chame de relativista, perspetivista, multiculturalista etc, penso que um acordo médio, tácito, da parte visível das nossas esferas de vida, precisa existir. A isso chama-se "bom senso". 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Maldito locutor


...."And all the prayers your hands can make
Oh i just take as much as you can throw"...


Robert Smith é um dos artistas mais talentosos da imensa safra de músicos\bandas da saudosa década de 80. Figura marcante, de composições e letras muito marcantes, foi redescoberto nos anos 2000 e, em certa medida, bastante resignificado. A cena indie rock, ou simplesmente música alternativa, conta com uma infinidade de produções que é preciso ser muito antenado pra acompanhar o que surge de novo.


Eu descobri o the cure muito tempo depois do seu nascimento lá nos 80´s. Ouvir o hit de “boys don´t cry” e simplesmente não se apaixonar pelo som dos caras é, sem dúvidas, motivo para suspeitar do gosto musical de alguém.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Linhas de montagem

Muita gente me pergunta qual é o meu processo de montagem em um texto. Geralmente, digo a elas que eles fluem de forma, quase sempre, muito natural até o ponto final. O manejo da escrita, até onde percebo, não é um rito de reflexões que paira sobre a cognição e se traduz em linguagem. Ele simplesmente é parte de algo objetivo que circunscreve-se na minha imaginação e vai para o papel\tela.

Solte-o. Comigo funciona.

Chaplin em tempos modernos
Cada um tem a sua maneira de se dedicar ao que faz de melhor. Não que eu ache que seja um bom escritor, mas, das coisas que eu julgo saber fazer, acho essa uma das minhas habilidades mais bem definidas.