quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Quando a cretinice se torna cotidiana, eis a contra-revolução*


Ainda no final de 2012 vimos o nosso querido Buzufba circular pelas ruas de Salvador, entre os bairros do Canela e de Ondina, passando pela histórica São Lázaro. Esse transporte inter-campi irá facilitar a vida de milhares de estudantes que precisam se deslocar cotidianamente de um campus a outro da Universidade. Facilita também a chegada até o R.U. que, mais do que nunca, recebe uma quantidade ainda mais expressiva de usuários e precisa de uma solução a curto prazo sobre o seu funcionamento. (Tema para um próximo post)

O Buzufba é uma reivindicação histórica do movimento estudantil ufbiano. Foi pauta de diversas greves e mobilizações desde o início da década passada e somente agora, após o ápice da greve estudantil que ocupou a FAPEX, foi implementado de fato. Digo de fato porque durante alguns anos circulou um transporte similar pelos campi da UFBa, porém de caráter privado, com menos linhas e alcance limitado. Os estudantes da Federal da Bahia contam agora com 4 equipamentos divididos em três linhas.

O sentimento conservador crescente na Universidade logo tratou de erguer os dedos e dizer que o Buzufba não era fruto da greve. Como se administração central nos concedesse de mãos beijadas tudo aquilo que sempre necessitamos. Na verdade uma argumentação antidialética, a-histórica além de mal intencionada e imoral. Sua intenção, na verdade, é criminalizar o movimento social, em particular o movimento estudantil, e desqualificar as ações mais radicalizadas tão necessárias para o atendimento das nossas pautas.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Corinthians campeão mundial e o fim do mundo.


Toda roda de conversa nos diversos cantos do país é incrementada pela piadinha do fim do mundo em dezembro. Daqui a alguns dias, diga-se. Os planos futuros começam a levar em conta que o que pode ser feito deve levar em conta que, ao encerrar-se a vida terrena, cessam-se também as demandas cotidianas e consequentemente os seus problemas.

Imbróglios a parte e levando a sério o possível fim do mundo, não posso deixar de falar sobre o título mundial, merecidamente conquistado, pelos gambás corintianos. Foi duro vê-los conquistar a América, bem como foi amargo vê-los campeões mundiais. Jogaram para o gasto ao longo das duas competições, tomando poucos gols e com uma estratégia quase militar de marcação onde todos se entregavam e diminuíam os espaços do adversário.

O título do Corinthians remonta a velha polêmica entre futebol arte - aquele vistoso, bem jogado e grandes lances, versus futebol “feio” - bem dinâmico, com pouco espaço e muito objetivo. Eu discordo, em termos, da tese de que existe uma filosofia desenvolvida para o futebol arte bem como uma filosofia para o futebol “feio”. Acho apenas que os treinadores trabalham com a mão-de-obra que tem e são extremamente sagazes em explorar o potencial dos atletas que dispõe.

domingo, 9 de dezembro de 2012

O achatamento das forças produtivas, o advento da crise e o fim do mundo.


A quebra do subprime estadunidense revelou não apenas um limite diante de relações financeiras arriscadas, mas também o encurtamento de medidas dos consultores de Wall Street para “otimizar” o sistema da livre concorrência. A necessidade feroz dos donos do capital de manterem sua taxa media de lucros, combinada com uma importante ascensão das forças produtivas através das novas tecnologias resultou um produto perigoso. Essa formulação não aponta nada muito novo, até então, do ponto de vista da denuncia das mazelas sofridas pelas massas trabalhadoras cada vez mais solapadas do seu único bem, a força de trabalho.

O avanço do capital, ao contrário das teses academicistas de alguns simpatizantes com as idéias das esquerdas, não se reorganiza. Muito menos se reorganiza de forma produtiva. As teses de Lênin sobre a fase imperialista do capitalismo mais do que nunca se apresentam atuais. Essa engrenagem milimetricamente arquitetada se transforma em um castelo de cartas vulnerável a um simples assopro. É o que estamos assistindo nos governos da zona do euro após maquiarem as suas metas de investimento para poder acessar as benesses deste livre comércio.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Direto das catacumbas da luta de classes

Sinceramente eu não esperava vivenciar algo semelhante ao ocorrido na última “assembleia” do Bacharelado Interdisciplinar de Humanidades na nossa querida UFBa. Fui tomado por um sentimento de revolta após assistir a uma “assembleia” (des)organizada pela antiga gestão do C.A. e ouvi-los dizer que a entidade não tem estatuto. Isso foi o cumulo da picaretagem. Sem contar os prazos estabelecidos pela mesma "coordenação" para a “eleição” da nova direção da entidade.

Era visível o constrangimento dos "acadêmicos" (termo pejorativo a ex-membros do Movimento Estudantil a exemplo do grupo da antiga gestão) ao final da “assembleia”, bem como era visível a incerteza do que irá acontecer daqui pra frente. A atitude golpista desses senhores tem levado o movimento estudantil dos BI´s ao fundo todo poço. Mas, o que mais impressiona é o sentimento de impunidade que leva um grupo de pessoas a acreditar que podem fazer qualquer outra pessoa acreditar que o azul é verde e vice-versa.