domingo, 31 de agosto de 2014

Orfandade de um modo de fazer

Muito do meu estilo literário se deve a forte influência do contato que eu tive com “o pasquim 21”, ou o velho “pasca”, pros mais chegados.

Não senhoras e senhores, eu não vivi o período da ditadura militar, pelo menos presencialmente, e também
O velho pasca
não tenho cinquenta e poucos anos. É que no inicio dos anos 2000, houve uma reedição de o pasquim e eu costumava comprar o semanário para gargalhar com aquela forma de contar as noticias.

Quem me conhece, já tive a oportunidade de contar esse roteiro umas trocentas vezes; “piada tem que ser ou o extremo da inteligência\sagacidade, ou o extremo da idiotice\babaquice pra me fazer rir”.

Sem falar que, acontece de´u demorar de entender as piadas e rir depois. Tipo, não só alguns minutos ou momentos depois, mas também semanas depois. Tem uma cena muito caricata no seriado chaves em que, o personagem de Carlos villagrán, o kiko, é acometido pelo mesmo fenômeno cômico que este quem vos escreve.

domingo, 24 de agosto de 2014

Irreconciliações reconciliáveis.

Uns dois meses atrás tive n´um show d´uma das minhas bandas favoritas, o IRA!

O cenário não poderia ser melhor, um festival de doces e muita cultura gaudéria. Para um baiano apaixonado pelo rio grande, o ambiente perfeito para reencontrar os caras que fizeram a minha cabeça durante boa parte da minha juventude.

Ouço o ira desde sempre, mas comecei a prestar atenção, de fato, lá pelos idos de 2004, quando adquiri um
Nasi
cd com uma coletânea d´alguns dos maiores sucessos da banda.

Lembro-me que, logo que comecei a curtir o ira, passei três meses em Sampa.

Muita coisa passa batida pela vida da´gente. Por vezes, a gente nem presta muita atenção nos motivos dos nossos gostos.

Pois bem.

Com o ira, consegui descobri o motivo da minha paixão musical.

Certa feita estava em um ônibus de sampa escutando ira no meu discman – caraca, nem o Word reconhece mais isso – e uma garota sentada ao lado perguntou: “ta ouvindo o que?” eu - “o ira, gosta?”. Na minha cabeça era a coisa mais provável pra uma paulistinha de seus vinte e poucos anos responder positivamente.

Pra minha surpresa a resposta foi não. Depois de um tempo ela parou e disse: “o ira é uma banda muito urbana... janelas, fumaças, pessoas, carros, sol e chuva”.

domingo, 17 de agosto de 2014

Aperte o plEi

As situações limite geralmente servem para nos dar uma amostragem das nossas reações diante dos acontecimentos. O que não quer dizer que uma situação limite seja a prova da sua habilidade\inabilidade ou tempero\destempero.

A construção da vida cotidiana me parece muito mais determinante. Aliás, prestar atenção nos próprios rastros é a melhor forma de saber como e o que se esta fazendo por aí.

(*)

Videocassetes são engenhocas maravilhosas criadas há tempos atrás. Lá na vizinhança, fomos umas das primeiras casas a possuir um. Não lembro exatamente a marca, mas aposto que se o visse por uma imagem googleniana acertaria de primeira o modelo.

Além da sua usualidade, ainda marcava o horário. Tanto que, não se podia tirar da tomada sem acertar o horário. Ou pior, desliga-lo e ligá-lo na energia poderia deixá-lo piscando ao meio dia durante semanas.

Foi numa dessas que aprendi o que significava post e ante meridiem.

Os desenhos nos botões são exatamente iguais até hoje. O triângulo equilátero é play, a bolinha é stop, o pause são traços semelhantes às aspas e, assim, cada comando segue com o seu respectivo símbolo.

domingo, 10 de agosto de 2014

Me pego pensando em mais um semestre, mais um round.

Me pego pensando no dia em que botei os pés em Florianópolis. Muita expectativa, uma vida nova, mais calma, o desenvolvimento do ser humano diante de mim. Este era o meu sentimento.

Me pego pensando na possibilidade de quando acabar a minha estadia por aqui e eu partir para alçar novos voos.

Rocky Balboa
Me pego pensando que, com certeza, estarei pensando no primeiro dia que cheguei a essa ilha maravilhosa quando estiver de partida.

A ilha que me acolheu e tem me dado muitas coisas.

A mais bacana de todas elas é a paz. Uma paz que, talvez, nunca tenha experimentado ao longo dos últimos anos. Nada abala, apesar das ameaças.

Na verdade, negociei com todos os meus fantasmas. Continuam ali, por vezes aparecem, mas estão bem calmos e exorcizados. Mas não mortos, e nem vivos, afinal, são fantasmas. ;)

Me pego pensando que cheguei a cogitar abrir mão dessa paz para me envolver em conflitos que, hoje, não fazem o menor sentido e a menor diferença.