O ano de 2008 foi um ano em que a internet me apresentou uma
série de novas bandas que jamais havia tido a oportunidade de conhecer. Nessas
alturas, a internet já chegava a um relativo nível de popularização e os
programas que baixavam música (as mp3) eram a nova roda da humanidade
proporcionada pela rede. Se você se identificou com esse período histórico
certamente lembrará do “emule”, cuja identidade gráfica era, é claro, uma mula
marrom.
Noites a dentro aqueles balõezinhos ficavam enchendo
aumentando a nossa expectativa com uma música já conhecida, ou uma nova
banda\artista por conhecer. A sensação de alegria ao ver o balão verde indicava que o download estava terminado. Pronto, agora era só clicar e ouvir a tua
música. Ter muitas mp3 era um tipo de status nas redes sociais e
compartilha-las era um ato de solidariedade. Três, quatro, dez mil ou mais
músicas, faziam das nossas bibliotecas musicais um artigo de luxo e despendia
muito zelo e cuidado.
Neste cenário, fui apresentado a uma bandinha gaúcha a qual
imediatamente meu gosto musical se identificou. Chamava-se superguidis e o
emule foi a ponte entre as músicas e as minhas sensações sonoras.