domingo, 24 de dezembro de 2017

Não é apenas futebol

Durante algum tempo virou lugar comum desqualificar o futebol como se fosse apenas 22 homens correndo atrás de uma bola. O preconceito diante do esporte está diretamente associado a paixão que ele é capaz de despertar nas massas proletárias nos mais impensáveis espaços desta redoma chamada planeta terra.

Muita coisa mudou. Mesmo os setores dominantes e conservadores passaram a disputar o futebol (sua representação) como um mecanismo que está além das quatro linhas, seja nos gramados sintéticos, seja na várzea. A prova disso são as modernas arenas que enxotaram aqueles que nunca tiveram tanta grana pra pagar 30, 50,100... reais em um ingresso. Os novos estádios, visivelmente, são sinônimos da gentrificação que claramente as grandes empreiteiras e os seus dirigentes políticos optaram por dispor.

Mas o futebol pulsa e mesmo contra todos os prognósticos e todas as circunstâncias, parece responder contra a sua tentativa de domesticação gourmet. As arenas, que no primeiro momento eram símbolos de modernidade e futuro, são obrigadas a se adequar a públicos com menor poder aquisitivo. E o melhor, obrigados a aceitar as diferentes formas de torcer.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Mudanças permanentes

Eu costumava ser uma criança bastante chorona e dependente. Até o final da minha infância e entrada na problemática fase adolescente, os ambientes, estritamente não familiares, costumavam causar um grande pavor.

As mudanças quase sempre impactavam de maneira insuportável a minha forma de lidar com o mundo. Lembro claramente que todos o primeiros dias de aula eram movidos a choro. A mudança de professor, de sala, de coleguinhas, eram tão assustadoras que a única forma de expressão eram as lágrimas.


Mas o chororô durou até a primeira série do primário (hoje em dia acho que se chama primeira série do fundamental). Aquela deve ter sido a primeira vez que engoli o choro. Os olhos cheios de lágrima, muitos soluços, mas me mantive firme até o fim do primeiro dia.

Felizmente ou infelizmente, as mudanças escolares foram uma constante durante toda minha a vida. Desde sempre. Digo felizmente porque isso me proporcionou enxergar uma diversidade de coisas que talvez não pudesse enxergar, caso continuasse numa única escola. Infelizmente, pois, criar laços e amizades desde o tempo da escola sempre foi mais difícil.

As mudanças foram realmente muitas. Uma das mais importantes foi a ida para o colégio militar de salvador, situado no bairro Dendezeiros. Como foi difícil ser novato ali... (!)