domingo, 1 de fevereiro de 2015

Linhas de montagem

Muita gente me pergunta qual é o meu processo de montagem em um texto. Geralmente, digo a elas que eles fluem de forma, quase sempre, muito natural até o ponto final. O manejo da escrita, até onde percebo, não é um rito de reflexões que paira sobre a cognição e se traduz em linguagem. Ele simplesmente é parte de algo objetivo que circunscreve-se na minha imaginação e vai para o papel\tela.

Solte-o. Comigo funciona.

Chaplin em tempos modernos
Cada um tem a sua maneira de se dedicar ao que faz de melhor. Não que eu ache que seja um bom escritor, mas, das coisas que eu julgo saber fazer, acho essa uma das minhas habilidades mais bem definidas.


Um dia parei comigo mesmo e: "Mas o que que eu tô fazendo?", me perguntei.

Na real, certo dia me deu vontade de escrever e anos depois me dei conta de que aquilo (ou isso) eram crônicas.

(*)

Estilos literários são marcas de autores que identificam o escritor e, quase sempre, o destaca dos demais. Alguns são tão marcantes e importantes na vida de uma pessoa que é possível identifica-los sem ver a sua assinatura. Dostoievsky é um cânone da literatura mundial de escrita muito particular. Acho que consigo identificar a “tinta da sua pena” em algum parágrafo de um dos seus livros, mesmo sem ter lido lido sequer a metade das suas obras.

O processo de amadurecimento de um escritor também é algo bastante interessante quando se consegue perceber o seu desenvolvimento. Assim como vinhos e whisky, a literatura também reserva aos envelhecidos as melhores doses daquilo que tem a oferecer aos que a degusta. Existem autores que chegam a afirmar que o seu amadurecimento pleno chegou após os 50 anos.

Nossa! Será?

Não sou e nem pretendo ser um romancista profissional. Acho que essas crônicas amadoras me são mais do que suficiente para desafogar algum tipo de desejo.

Não sei bem ao certo, mas acho que é isso.

Existem fases e fases, frases e frases. Tem períodos que consigo escrever pelo menos uns 15 textos no mês. Mas também levo bastante tempo sem escrever. Imagino que viver profissionalmente disso deslocaria a minha rotina. Porquê, penso, algumas criatividades não tem muito saco pra prosear com a disciplina, mesmo que esta seja tão importante pra tudo na vida.

Dizer que tudo isso é muito particular é o óbvio. Diz muito e nada ao mesmo tempo, mas não poderia ser nada muito diferente disso.

Essa função metalinguagem é infinita.

Acontece... coisas falam de coisas.

A gente tenta fugir das linhas de montagem, mas no final das contas tudo se processa de maneira fordista ou artesanal. Queiramos ou não.

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