domingo, 4 de maio de 2014

Os heróis que ficam

Eu devia ter entre 5 e 7 anos naquele período.

O bairro, era a mística lapinha, praça Maria Quitéria, ao lado da minha antiga escola de infância, o colégio da Soledade.

Nas férias, se montava um pequeno parque de diversões com diversos brinquedos que faziam a alegria da criançada.

O anti herói
Nossa família morava ali perto, não sei ao certo se a época morávamos com a minha vó ou em casa dos meus pais. Nesse período, era confuso saber o que era a nossa casa e o que era a casa da vó.

Sempre tivemos uma relação umbilical com a casa dela.

Pois bem, lembro-me que num desses passeios, minha irmã e eu estávamos num carro de bate-bate do parquinho.

Estava cheio de gente ao redor. Mães, pais, familiares e amigos olhando os seus filhotes se divertirem nos brinquedos.


Eu e ela brigamos pra ver quem iria dirigir. Eu, mais novo e cheio de vontades, venci a disputa da teimosia. Ela, inconformada, foi para o banco do carona.

Quando sentei ao banco, reparei que não sabia direito o que fazer. Alguém disse pra pisar no pedal. O fiz e, no primeiro movimento, batemos no carro da frente. O rosto dela foi direto ao volante, ferindo-lhe o lábio.

Por um momento o tempo ficou esquisito. Apreensão. Alguma senhora disse: “alguém tira eles de lá”.

Sem quê, nem pra quê surge o meu velho, saltando da grade que separava o público da pista.

Curioso como é claro isso na minha memória.

Ele vestia calça jeans e uma blusa polo azul.

Sentou-se meio que na ponta dos bancos do carona, e pilotou pra nós.

Divertimo-nos ao máximo e de lá saímos não lembro pra onde.

O fato é que alguns heróis passam pela sua vida e desaparecem como um relâmpago e você acaba superando. Mas,os bons, os verdadeiros, aqueles que importam, ficam com você o resto da sua vida.

Depois de todos esses anos não lembro de um monte de coisas que passaram, mas o sentimento de heroísmo, de grandeza, sempre me vem a mente quando recorro a imagem do velho.

 p.s1: as coisas fazem muito sentido e simplesmente deixam de fazer. O que fazia sentido, pra mim, há meses atrás, hoje faz tão pouco sentido e, as vezes, é até divertido lembrar.

p.s2: estou re-assistindo "anos incríveis" e estou re-apaixonado pela fofura da winnie Cooper. Seriado incrível, como o seu próprio titulo. 

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