domingo, 30 de março de 2014

Projetos e desejos

Na verdade é bem difícil saber qual a diferença entre essas duas coisas.

Sei lá, um seria estratégia e o outro a tática?

Não sei.

Te digo que eu tenho uns pezinhos atrás com aquelas pessoas que dizem ter a vida projetada desde o ano de sei lá quando.
saturno devorando um dos seus filhos, de goya - 1819. um grande desejo.

Nascer\crescer\estudar\trabalhar etc etc etc.

Por outro lado, é tão quanto estranho imaginar uma vida ao sabor do acaso. Por mais poético que isso possa parecer, não acho que seria legal.

Mas, qual seria a linha tênue entre uma coisa e outra?

Parece mesmo difícil imaginar uma definição mais concreta pra essa pergunta.

Projetar coisas é a ideia mais legal da vida. Às vezes consegue ser mais legal do que concretizar as coisas.

As fases de projeções vão e vem e o mais bacana, e também mais difícil, é se enxergar projetando as coisas.

domingo, 23 de março de 2014

tchau radar... eu vou saltar

Quando era moleque (voz do narrador ao fundo - "brooklyn, 1984") descobri uma fita da minha irmã com uma banda gaúcha que eu já tinha ouvido falar várias vezes, mas jamais havia dado atenção.

Era 96 e era o 8º trabalho daquela banda.

Chamava-se "filmes de guerra, canções de amor".

Um acústico fabuloso. Longe daquele glamour emetiviano que dominaria o cenário das gravações das propagações sonoras suaves.

Em 99, os engenheiros do hawaii lançavam o seu 11º álbum de carreira, o segundo daquela formação que tinha Lucio Dorfman como tecladista.

O disco se chamava “tchau radar”.

Durante a turnê, vi uma entrevista onde perguntavam para o gessinger o porque do nome.

domingo, 16 de março de 2014

Letras não usuais

Você já deve ter feito aquela brincadeirinha de repetir uma palavra várias vezes até ela ficar estranha.

As expressões\palavras em língua portuguesa permitem um jogo de efeitos que tornam o ato de escrever\falar uma arte, pra quem sabe praticá-lo.

Fico imaginando como deve ser raciocinar em uma língua que não é a nossa língua materna.

Na verdade, tenho uma pontinha de inveja daquelas pessoas que tiveram a oportunidade de crescer aprendendo mais de um idioma.

Me pergunto como deve ser o bailar das palavras nos textos e também nos miolos em língua russa\alemã\francesa\chinesa.

A forma como agente internaliza as outras culturas também deve ser bastante diferente.

Mas mesmo assim nos atrai.

Por exemplo; eu adoro a literatura russa.

Gorki\dostoiévsky\gogol\tolstói, enfim, gosto muito de todos eles. Me sinto transportado por aquelas ruas escuras,por vezes geladas ou cheias de lama, geralmente paupérrimas e cheias de camponeses rudes em busca da sobrevivência.

De certo que o leitor russo que gosta desses autores apreende de maneira diferente. Mas gostamos do(s) mesmo(s) autor(es).

Lembro-me da primeira vez que li Gorki; um folhetinho com quatro contos, todos na sua essência falavam em cumplicidade e companheirismo, mesmo na mais desesperada das situações.

domingo, 9 de março de 2014

A blitzkrieg das relações

É engraçado quando você se pega pensando no alcance e na magnitude da velocidade voraz das redes sociais.

Engraçado porque poucas sensações conseguem ser tão contraditórias.

O fútil e o genial. Quando não, o fútil é genial.

O leve e o pesado\o sincero e o insincero\o ingênuo e o pedante\o bizarro e o palatável.

A impessoalidade da excessiva pessoalidade, talvez.

Ou o sem sentido pelas multiplicidades de sentido.

De tantas relações... nenhuma.

Uma meta de 20 ou 30 mil ‘’amigos\seguidores’’ faz de você um sub pop diante de seres tão vagamente improváveis no teu cotidiano.

Isso é legal, tem vantagens.

Digo isso pra quem, diferentemente de mim, desenvolveu tanta paciência e se arrisca, ou se deixa levar nessa aventura.