terça-feira, 2 de abril de 2013

Diretoria de Direitos humanos da UNE sobre o aniversário do golpe militar.


Nesta segunda-feira (1º de abril) completaram-se 49 anos desde que um grupo de militares, em conluio com serviços secretos estrangeiros, e civis das classes abastadas orquestraram e executaram um golpe contra a democracia e o povo brasileiro. Foram longos 21 anos de um regime de exceção que assediou, torturou e matou opositores políticos e qualquer pessoa que ousasse divergir daquele horror.

Muitas vidas foram ceifadas durante aquele período, sendo que, algumas delas continuam sem a devida
explicação e elucidação dos fatos decorrentes, decorrente dessa mancha cinzenta que marca os anos de chumbo no Brasil. Muito há que se revelar para além, inclusive, dos casos mais famosos que de uma forma ou de outra recebem algum tipo de atenção nos veículos tradicionais de comunicação.

A tarefa de apurar e esclarecer os absurdos cometidos durante a ditadura esta nas mãos da comissão nacional da verdade, que essa semana recebeu duras críticas de um punhado de fascistas antiquados incapazes de conviver em um regime livre. Esses mesmos senhores, que se reúnem anualmente para comemorar o golpe de 64 e esculacham a dignidade da sociedade brasileira. Comemoram também a morte de opositores, a tortura de jovens, homens e mulheres cheios de vida e sonhos que foram sumariamente abortados em nome de um macarthismo chinfrim e sem nenhuma consistência.


É necessário cobrar audiências públicas da comissão da verdade. Audiências que façam repasses técnicos sobre o avanço das investigações, não para aguçar um suposto revanchismo, como nos acusam os nossos detratores de quepe, mas para abrir ao conjunto da sociedade a caixa preta da ditadura. Devemos ainda subsidiar e incentivar a construção e montagem de mais comissões estaduais, municipais, regionais da verdade. Alastrar nas universidades públicas e privadas equipes capazes de averiguar, elaborar e apresentar resultados sobre os crimes cometidos no regime ditatorial.

Devemos ainda, e desde já, nos debruçarmos sobre o período curto de investigação que essa comissão dispõe e quais serão os mecanismos legais de ampliar este período para que toda a verdade possa transparecer a nação.

O governo federal deve aprofundar a reforma nas forças armadas colocando-as a serviço dos interesses nacionais e inviabilizando-a enquanto ferramenta ou aparato nas mãos de uma cúpula, minoritária é verdade, parasita. Os currículos dos colégios e centros militares de devem sofrer uma profunda transformação e acompanhada por uma abordagem pedagógica que preze pela democracia e pelos direitos humanos.
O Brasil da passos importantes a um verdadeiro desenvolvimento não apenas nos números da sua economia, na geração de empregos e na estabilização da sua política, mas fundamentalmente quando presta contas com a sua história.  Prestar contas com o seu passado é tão importante e estratégico quanto os uma boa porcentagem em índices gerais de preços e produção.

Para que nunca se esqueça, para que nunca mais aconteça.

#1964nuncamais

Diretoria de Direitos Humanos da UNE.

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