Ainda no final de 2012 vimos o nosso querido Buzufba
circular pelas ruas de Salvador, entre os bairros do Canela e de Ondina,
passando pela histórica São Lázaro. Esse transporte inter-campi irá
facilitar a vida de milhares de estudantes que precisam se deslocar
cotidianamente de um campus a outro da Universidade. Facilita também a chegada
até o R.U. que, mais do que nunca, recebe uma quantidade ainda mais expressiva
de usuários e precisa de uma solução a curto prazo sobre o seu funcionamento.
(Tema para um próximo post)
O Buzufba é uma reivindicação histórica do movimento
estudantil ufbiano. Foi pauta de diversas greves e mobilizações desde o início
da década passada e somente agora, após o ápice da greve estudantil que ocupou
a FAPEX, foi implementado de fato. Digo de fato porque durante alguns anos
circulou um transporte similar pelos campi da UFBa, porém de caráter privado,
com menos linhas e alcance limitado. Os estudantes da Federal da Bahia contam
agora com 4 equipamentos divididos em três linhas.
O sentimento conservador crescente na Universidade logo
tratou de erguer os dedos e dizer que o Buzufba não era fruto da greve. Como se
administração central nos concedesse de mãos beijadas tudo aquilo que sempre
necessitamos. Na verdade uma argumentação antidialética, a-histórica além de
mal intencionada e imoral. Sua intenção, na verdade, é criminalizar o movimento
social, em particular o movimento estudantil, e desqualificar as ações mais
radicalizadas tão necessárias para o atendimento das nossas pautas.
A confusão provocada reside na ordem de serviço sobre os
ônibus assinalando o ano de 2011 como inicio da sua tramitação. Mas, oras,
então existe um hiato imenso desde as reivindicações do inicio da década
passada e o ano de 2011. Um exemplo simples que desmorona essa tese da ordem de
serviço emitida pela adm. Central é o próprio R.U. de Ondina. Seu maquinário
estava pronto há muito tempo, sendo a sua implementação aprovada e re-re-re-aprovada(enfatizando)
na greve de 2004, inclusive, ganhando destaque em matéria da Revista Caros Amigos.
Na verdade a ideia é apagar as lutas históricas travadas ao
longo dos anos para justificar o peleguismo ultra-governista de alguns setores
rechaçados pela greve deste ano que se encerra. A covardia e a ausência de
qualquer sentimento de dignidade arrastam estes segmentos a lata de lixo da
história. Foram derrotados para o bem da saúde do movimento estudantil baiano.
As próximas gerações terão importantes desafios acerca dessa
pauta. Fazê-lo chegar ao campus de Economia na Piedade é uma delas. Mas, engana-se
quem acredita ser esse o único trajeto vacante. As residências universitárias
da Graça e da Vitória precisam compor este roteiro com urgência. Isso irá
garantir comodidade aos residentes dessas localidades bem como ampliar o roteiro
do ônibus dando opção a outros estudantes que não necessariamente sejam das
resis.
Força na luta às gerações seguintes e parabéns ao movimento
estudantil e suas entidades.
*Alusão a citação de Lênin: “Quando o extraordinário se
torna cotidiano, eis a revolução”
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