quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Quando a cretinice se torna cotidiana, eis a contra-revolução*


Ainda no final de 2012 vimos o nosso querido Buzufba circular pelas ruas de Salvador, entre os bairros do Canela e de Ondina, passando pela histórica São Lázaro. Esse transporte inter-campi irá facilitar a vida de milhares de estudantes que precisam se deslocar cotidianamente de um campus a outro da Universidade. Facilita também a chegada até o R.U. que, mais do que nunca, recebe uma quantidade ainda mais expressiva de usuários e precisa de uma solução a curto prazo sobre o seu funcionamento. (Tema para um próximo post)

O Buzufba é uma reivindicação histórica do movimento estudantil ufbiano. Foi pauta de diversas greves e mobilizações desde o início da década passada e somente agora, após o ápice da greve estudantil que ocupou a FAPEX, foi implementado de fato. Digo de fato porque durante alguns anos circulou um transporte similar pelos campi da UFBa, porém de caráter privado, com menos linhas e alcance limitado. Os estudantes da Federal da Bahia contam agora com 4 equipamentos divididos em três linhas.

O sentimento conservador crescente na Universidade logo tratou de erguer os dedos e dizer que o Buzufba não era fruto da greve. Como se administração central nos concedesse de mãos beijadas tudo aquilo que sempre necessitamos. Na verdade uma argumentação antidialética, a-histórica além de mal intencionada e imoral. Sua intenção, na verdade, é criminalizar o movimento social, em particular o movimento estudantil, e desqualificar as ações mais radicalizadas tão necessárias para o atendimento das nossas pautas.


A confusão provocada reside na ordem de serviço sobre os ônibus assinalando o ano de 2011 como inicio da sua tramitação. Mas, oras, então existe um hiato imenso desde as reivindicações do inicio da década passada e o ano de 2011. Um exemplo simples que desmorona essa tese da ordem de serviço emitida pela adm. Central é o próprio R.U. de Ondina. Seu maquinário estava pronto há muito tempo, sendo a sua implementação aprovada e re-re-re-aprovada(enfatizando) na greve de 2004, inclusive, ganhando destaque em matéria da Revista Caros Amigos.

Na verdade a ideia é apagar as lutas históricas travadas ao longo dos anos para justificar o peleguismo ultra-governista de alguns setores rechaçados pela greve deste ano que se encerra. A covardia e a ausência de qualquer sentimento de dignidade arrastam estes segmentos a lata de lixo da história. Foram derrotados para o bem da saúde do movimento estudantil baiano.

As próximas gerações terão importantes desafios acerca dessa pauta. Fazê-lo chegar ao campus de Economia na Piedade é uma delas. Mas, engana-se quem acredita ser esse o único trajeto vacante. As residências universitárias da Graça e da Vitória precisam compor este roteiro com urgência. Isso irá garantir comodidade aos residentes dessas localidades bem como ampliar o roteiro do ônibus dando opção a outros estudantes que não necessariamente sejam das resis.

Força na luta às gerações seguintes e parabéns ao movimento estudantil e suas entidades.

*Alusão a citação de Lênin: “Quando o extraordinário se torna cotidiano, eis a revolução”

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