A quebra do subprime estadunidense revelou não apenas um
limite diante de relações financeiras arriscadas, mas também o encurtamento de
medidas dos consultores de Wall Street para “otimizar” o sistema da livre
concorrência. A necessidade feroz dos donos do capital de manterem sua taxa
media de lucros, combinada com uma importante ascensão das forças produtivas
através das novas tecnologias resultou um produto perigoso. Essa formulação não
aponta nada muito novo, até então, do ponto de vista da denuncia das mazelas
sofridas pelas massas trabalhadoras cada vez mais solapadas do seu único bem, a
força de trabalho.
O avanço do capital, ao contrário das teses academicistas de
alguns simpatizantes com as idéias das esquerdas, não se reorganiza. Muito
menos se reorganiza de forma produtiva. As teses de Lênin sobre a fase
imperialista do capitalismo mais do que nunca se apresentam atuais. Essa
engrenagem milimetricamente arquitetada se transforma em um castelo de cartas
vulnerável a um simples assopro. É o que estamos assistindo nos governos da
zona do euro após maquiarem as suas metas de investimento para poder acessar as
benesses deste livre comércio.
Logo, a pretensa reorganização do “produtivo” na verdade
organiza uma grande “dança das cadeiras” onde alguém sempre sobra, ou como
queira, um “puxa cobertas”. Flexibilizar leis trabalhistas, transferência de
setores de uma mesma empresa para países com regulações de trabalho menos
rígidas, além da destruição em massa das forças produtivas não configuram
reorganização. Ao contrário, definem a absoluta anarquia para o próprio sistema
produtivo, pois, com produções cada vez maiores e menos onerosas para os grandes
capitalistas, quem haverá de escoar (consumir) esses bens?
Alguns autores contemporâneos começam a tatear as novas
facetas do desenvolvimento do capitalismo. Este começa a fugir das equações
muito precisas e leis gerais que regulam o entendimento médio da economia. O
que dar valor as mercadorias, pergunto? A soma do tempo socialmente necessário
para produzi-la mais os custos da produção como ferramentas, responderia
qualquer estudante do primeiro semestre de ciências sociais. Mas, começamos a
nos deparar com uma experiência engenhosa tanto quanto catastrófica.
Em que pese à superficialidade dessas linhas por não
desenvolver conceitos fundamentais para entendimento da pauta, mas o que se
percebe é uma impaciência do capital com a produção. E lucro sem produção real
é uma combinação altamente perigosa.
Ao que tudo indica o mundo não acaba em 2012 e, por tanto,
em 2013 quero ter a oportunidade de estudar todo esse fenômeno contemporâneo.
Será que teremos um 2013 de muitas emoções? Então vamos descobrir.
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