Não vou reclamar do noticiário por toda essa onda de
violência e destruição com o que tem nos inundado os seus jornais. Tampouco
vociferar contra a desumanidade impregnada em atos de hostilidades, involuntárias ou intencionais, que carregam parte significativa das relações
entre os seres humanos por aí.
Simplesmente acho que não cabe.
A imagem de um garotinho sírio encontrado afogado no mar
turco, de uma hora para outra, parece chamar a atenção para uma crise
humanitária que dura mais de cinco anos. É claro que a
imagem é chocante.
É claro que ela é ainda mais dolorosa por se tratar de uma criança. Contudo,
ela parece não remontar o real desespero vivido por milhares de outras crianças
e famílias que tentam sobreviver a um conflito que tem nome e sobrenome.Afinal de contas, aprendemos no século xx que a caricatura de uma vítima é o que causa impacto, os milhares e milhões são apenas estatísticas, né?
Na timeline uma
chuva de comparações desastrosas entre a morte do garoto, e o que ela
representa, com a morte causada pela violência do Estado e os seus aparatos
seletivos de repressão aqui no Brasil, e o que ela representa. Sobre isso, há muito
o que lamentar tamanha ignorância, diga-se. Me limito a dizer, ou lembrar que,
papai\mamãe, vovó\vovô, titio\titia nos ensinou, quando crianças, a evitar
discorrer sobre assuntos aos quais não temos domínio.
Ah, a nossa esquerda... tão panfletária...
Pretendia escrever um breve artigo de opinião mas, a
tristeza e a profundidade com que este tema me acomete provavelmente me
deixaria mais ácido que em situações semelhantes. Desisti não porquê não
houvesse o que ser dito, ou mesmo porquê não ache que as coisas que teria a
dizer não fossem importantes. Acho que no final das contas me faria mais mal do
que bem.
Ah, a nossa esquerda... tão preocupada em falar de si
através de temas alheios...
(*)
Por fim, achei melhor cronicar neste espaço que reinauguro após muitos meses sem dar
as caras.
Por falar em cronicar este será o endereço da www deste
espaço dentro em breve. Demorei meses pensando em algo criativo e, finalmente,
quando algo me pareceu ter surgido descobri que existem, pelo menos, duas
dúzias de sites homônimos. Resolvi manter mesmo assim e valorizar a gestação da
minha reflexão em detrimento de uma possível originalidade.
Uma conjunção imensa de fatores contribuiu para a ausência, dentre
elas a ausência do meu computador que me acompanha há mais de cinco anos. Aparentemente
parece que os problemas técnicos foram resolvidos por hora. Restará, agora, o
problema de tempo que parece jogar contra e a favor simultâneamente. Papo pra outra hora.
Com a vida tão corrida, resta-nos parar às vezes e observar
a beleza do cotidiano, presente em momentos que passam batidos. A fotografia
ajuda pacas.
Por falar nisso, comprei uma máquina bem bacaninha e comecei
os meus cliques bem de leve, sem muita responsabilidade técnica, lendo aqui e
ali maneiras legais pra registrar. Conheci pessoas que já estão na estrada há algum
tempo e tem rolado altas dicas.
Então tá, vamo voltá
pro trabalho que eu tenho uma máquina pra pagar.
Aos de fé que por aqui passaram deixo um sincero abraço e
agradeço a visita.
Até breve.
P.S: Não tenho certeza se as escritas por aqui se tornarão
regulares. A ideia é que um dia voltem a ser, mas ainda não resolvi como
repaginar o layout. Sem compromissos.
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