domingo, 13 de setembro de 2015

Prefiro cronicar

Não vou reclamar do noticiário por toda essa onda de violência e destruição com o que tem nos inundado os seus jornais. Tampouco vociferar contra a desumanidade impregnada em atos de hostilidades, involuntárias ou intencionais, que carregam parte significativa das relações entre os seres humanos por aí.

Simplesmente acho que não cabe.

A imagem de um garotinho sírio encontrado afogado no mar turco, de uma hora para outra, parece chamar a atenção para uma crise humanitária que dura mais de cinco anos. É claro que a
imagem é chocante. É claro que ela é ainda mais dolorosa por se tratar de uma criança. Contudo, ela parece não remontar o real desespero vivido por milhares de outras crianças e famílias que tentam sobreviver a um conflito que tem nome e sobrenome.

Afinal de contas, aprendemos no século xx que a caricatura de uma vítima é o que causa impacto, os milhares e milhões são apenas estatísticas, né?

Na timeline uma chuva de comparações desastrosas entre a morte do garoto, e o que ela representa, com a morte causada pela violência do Estado e os seus aparatos seletivos de repressão aqui no Brasil, e o que ela representa. Sobre isso, há muito o que lamentar tamanha ignorância, diga-se. Me limito a dizer, ou lembrar que, papai\mamãe, vovó\vovô, titio\titia nos ensinou, quando crianças, a evitar discorrer sobre assuntos aos quais não temos domínio.


Ah, a nossa esquerda... tão panfletária...

Pretendia escrever um breve artigo de opinião mas, a tristeza e a profundidade com que este tema me acomete provavelmente me deixaria mais ácido que em situações semelhantes. Desisti não porquê não houvesse o que ser dito, ou mesmo porquê não ache que as coisas que teria a dizer não fossem importantes. Acho que no final das contas me faria mais mal do que bem.

Ah, a nossa esquerda... tão preocupada em falar de si através de temas alheios...

(*)

Por fim, achei melhor cronicar neste espaço que reinauguro após muitos meses sem dar as caras.
Por falar em cronicar este será o endereço da www deste espaço dentro em breve. Demorei meses pensando em algo criativo e, finalmente, quando algo me pareceu ter surgido descobri que existem, pelo menos, duas dúzias de sites homônimos. Resolvi manter mesmo assim e valorizar a gestação da minha reflexão em detrimento de uma possível originalidade.

Uma conjunção imensa de fatores contribuiu para a ausência, dentre elas a ausência do meu computador que me acompanha há mais de cinco anos. Aparentemente parece que os problemas técnicos foram resolvidos por hora. Restará, agora, o problema de tempo que parece jogar contra e a favor simultâneamente. Papo pra outra hora.

Com a vida tão corrida, resta-nos parar às vezes e observar a beleza do cotidiano, presente em momentos que passam batidos. A fotografia ajuda pacas.

Por falar nisso, comprei uma máquina bem bacaninha e comecei os meus cliques bem de leve, sem muita responsabilidade técnica, lendo aqui e ali maneiras legais pra registrar. Conheci pessoas que já estão na estrada há algum tempo e tem rolado altas dicas.

Então tá, vamo voltá pro trabalho que eu tenho uma máquina pra pagar.

Aos de fé que por aqui passaram deixo um sincero abraço e agradeço a visita.

Até breve.

P.S: Não tenho certeza se as escritas por aqui se tornarão regulares. A ideia é que um dia voltem a ser, mas ainda não resolvi como repaginar o layout. Sem compromissos. 

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