domingo, 16 de março de 2014

Letras não usuais

Você já deve ter feito aquela brincadeirinha de repetir uma palavra várias vezes até ela ficar estranha.

As expressões\palavras em língua portuguesa permitem um jogo de efeitos que tornam o ato de escrever\falar uma arte, pra quem sabe praticá-lo.

Fico imaginando como deve ser raciocinar em uma língua que não é a nossa língua materna.

Na verdade, tenho uma pontinha de inveja daquelas pessoas que tiveram a oportunidade de crescer aprendendo mais de um idioma.

Me pergunto como deve ser o bailar das palavras nos textos e também nos miolos em língua russa\alemã\francesa\chinesa.

A forma como agente internaliza as outras culturas também deve ser bastante diferente.

Mas mesmo assim nos atrai.

Por exemplo; eu adoro a literatura russa.

Gorki\dostoiévsky\gogol\tolstói, enfim, gosto muito de todos eles. Me sinto transportado por aquelas ruas escuras,por vezes geladas ou cheias de lama, geralmente paupérrimas e cheias de camponeses rudes em busca da sobrevivência.

De certo que o leitor russo que gosta desses autores apreende de maneira diferente. Mas gostamos do(s) mesmo(s) autor(es).

Lembro-me da primeira vez que li Gorki; um folhetinho com quatro contos, todos na sua essência falavam em cumplicidade e companheirismo, mesmo na mais desesperada das situações.

Em tempos tão competitivos isso é cada vez mais raro e o melhor abraço só pode ser mesmo delas, as letras.

Esses dias ganhei um nook usado que não tinha mais utilidade para a dona. Incrível como é acessível ler as coisas que antigamente precisaríamos de fortunas para adquirir. Quilos de livros esparramados pelas estantes.

Na verdade, livros e bibliotecas pessoais viraram um fetiche neo intelectual.

Longe de mim afirmar que são inúteis, mas sua função é mais que usual.

Na academia, e as suas relações, uma vasta biblioteca é condição sine qua non para ser legal\interessante.
O mais bacana, é ver que essa figura detesta o funkeiros\pagodeiros que fazem algo parecido em seus carros com sons super potentes.

Ah, os rótulos... parecem bumerangues.

Mas isso é assunto pra outro dia, se der na telha.

Por hora, vou voltar pros clássicos no novo brinquedinho.

Um dia ainda mantenho a regularidade semanal disso “acui”como dizem os carcamanos.
 
p.s1: sim, o senhor zukhov continua pra uma próxima.

p.s2: estou com muitas saudades dos meus livros e levemente agoniado com uma possibilidade de não mais vê-los.

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