Muito do meu estilo literário se deve a forte influência do
contato que eu tive com “o pasquim 21”, ou o velho “pasca”, pros mais chegados.
Não senhoras e senhores, eu não vivi o período da ditadura
militar, pelo menos presencialmente, e também
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O velho pasca |
Quem me conhece, já tive a oportunidade de contar esse
roteiro umas trocentas vezes; “piada tem que ser ou o extremo da inteligência\sagacidade,
ou o extremo da idiotice\babaquice pra me fazer rir”.
Sem falar que, acontece de´u demorar de entender as piadas e
rir depois. Tipo, não só alguns minutos ou momentos depois, mas também semanas depois. Tem uma
cena muito caricata no seriado chaves em que, o personagem de Carlos villagrán, o
kiko, é acometido pelo mesmo fenômeno cômico que este quem vos escreve.
Pois bem, o pasquim me ensinou que existe uma forma diferente de
dialogar com leitor, uma forma que parece ser bastante dialógica, por mais
estranho que isso possa soar.
O personagem que mais me chamava atenção era o Nataniel
Jebão – uma mistura de Carlos Lacerda com Charles Foster Kane – e as suas
inenarráveis peripécias com a sua secretária, senhorita Nina Rolas. Mas, o mais
impagável era o seu quadro, cartas do leitor, onde o filho bastardo de
Stanislaw e pai de Agamennon,
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Nataniel Jebão |
O criador do personagem era um cara muito talentoso. Se
chamava Fausto Wolff e infelizmente veio a falecer anos depois em 2008.
Olhando toda aquela geração do velho pasca, vejo como a esquerda anda, não apenas carente de conteúdo,
mas também carente de talento.
Não, isso não é um chororô nostálgico. Até poderia ser. Todo
mundo tem esse direito a nostalgia, mas não é.
Hoje, o nível de profissionalização da esquerda, meio que
virou uma defesa inflexível do governo.
Tá. Todo mundo tem o direito de defender o que quiser, sem
problemas. Só acho que há um desnível abissal entre o que parecíamos que éramos
capazes de fazer e o que se faz por aí hoje em dia.
Mas, quê quêu tô falando
mesmo?! Nem ir a inaugurações de comitê eu vou mais. Tenho moral de falar nada
não. Mero comentarista das lutas-de-classes.
Mas, dar uma olhada no velho pasca
ainda me é uma boa fonte de risadas.
Eu assumo, sou um órfão do “pasquim21”
P.s único: Próximo post, um artigo do grande Jebão.
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