Uns dois meses atrás tive n´um show d´uma das minhas bandas favoritas, o IRA!
O cenário não poderia ser melhor, um festival de doces e
muita cultura gaudéria. Para um baiano apaixonado pelo rio grande, o ambiente
perfeito para reencontrar os caras que fizeram a minha cabeça durante boa parte
da minha juventude.
Ouço o ira desde sempre, mas comecei a prestar atenção, de
fato, lá pelos idos de 2004, quando adquiri um
![]() |
Nasi |
Lembro-me que, logo que comecei a curtir o ira, passei três meses em Sampa.
Muita coisa passa batida pela vida da´gente. Por vezes, a gente
nem presta muita atenção nos motivos dos nossos gostos.
Pois bem.
Com o ira, consegui descobri o motivo da minha paixão musical.
Com o ira, consegui descobri o motivo da minha paixão musical.
Certa feita estava em um ônibus de sampa escutando ira no
meu discman – caraca, nem o Word reconhece mais isso – e uma garota sentada ao
lado perguntou: “ta ouvindo o que?” eu - “o ira, gosta?”. Na minha cabeça era a
coisa mais provável pra uma paulistinha de seus vinte e poucos anos responder positivamente.
Pra minha surpresa a resposta foi não. Depois de um tempo
ela parou e disse: “o ira é uma banda muito urbana... janelas, fumaças,
pessoas, carros, sol e chuva”.
Engraçado que ao me explicar os seus motivos pra não achar a
banda do seu gosto, foi justamente os motivos que me fizeram entender os meus
pra curti-los.
É verdade, sou um urbanóide. As cidades que eu mais gosto, pela ordem, são muito parecidas, tanto em tamanho, quanto em arrumação
geográfica, bem como distância do mar.
(*)
Dia desses tava vendo tevê. O “profissão repórter” do
excelente jornalista Caco Barcelos falava sobre o retorno de bandas que
fizeram sucesso nos 80\90\2000. Uma delas era o ira, e eles remontavam toda
história da separação dos caras. Nasi havia acusado o irmão, empresário da
banda, de desvio de grana e brigou com o Edgard Scandurra. O pai e o irmão do nasi
pediram a interdição dele, diziam que não estava emocionalmente equilibrado.
Assim seguiram por 6 anos. Nasi ganhou uns quilinhos a mais. Edgard umas ruguinhas a mais.
Num momento da reportagem Nasi
disse, sentado em frente ao irmão, pro repórter: “nós tínhamos todos os motivos
pra nunca mais nos falarmos, mas estamos aqui”.
É verdade.
As brigas com pessoas próximas são as mais difíceis de reconciliar. Acho que é porque a mágoa é muito maior, mais dolorosa.
As brigas com pessoas próximas são as mais difíceis de reconciliar. Acho que é porque a mágoa é muito maior, mais dolorosa.
Já aconteceu comigo. Lembro de esforços. Não lembro de
reconciliações.
Pelotas foi então o passo inicial da turnê de reconciliação
dos caras.
De alguma forma a minha reconciliação também. Assunto pra um
próximo dia.
Quem sabe?!
Quem sabe?!
Obrigado ira, jamais vou esquecer desse dia gelado, com mãos e focinhos gelados, em
pelotas.
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