Eu devia ter entre 5 e 7 anos naquele período.
O bairro, era a mística lapinha, praça Maria Quitéria, ao
lado da minha antiga escola de infância, o colégio da Soledade.
Nas férias, se montava um pequeno parque de diversões com
diversos brinquedos que faziam a alegria da criançada.
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O anti herói |
Nossa família morava ali perto, não sei ao certo se a época
morávamos com a minha vó ou em casa dos meus pais. Nesse período, era confuso
saber o que era a nossa casa e o que era a casa da vó.
Sempre tivemos uma relação umbilical com a casa dela.
Pois bem, lembro-me que num desses passeios, minha
irmã e eu estávamos num carro de bate-bate do parquinho.
Estava cheio de gente ao redor. Mães, pais, familiares e
amigos olhando os seus filhotes se divertirem nos brinquedos.
Eu e ela brigamos pra ver quem iria dirigir. Eu,
mais novo e cheio de vontades, venci a disputa da teimosia. Ela, inconformada,
foi para o banco do carona.
Quando sentei ao banco, reparei que não sabia direito o que
fazer. Alguém disse pra pisar no pedal. O fiz e, no primeiro movimento, batemos
no carro da frente. O rosto dela foi direto ao volante, ferindo-lhe o lábio.
Por um momento o tempo ficou esquisito. Apreensão. Alguma senhora
disse: “alguém tira eles de lá”.
Sem quê, nem pra quê surge o meu velho, saltando da grade
que separava o público da pista.
Curioso como é claro isso na minha memória.
Ele vestia calça jeans e uma blusa polo azul.
Curioso como é claro isso na minha memória.
Ele vestia calça jeans e uma blusa polo azul.
Sentou-se meio que na ponta dos bancos do carona, e pilotou
pra nós.
Divertimo-nos ao máximo e de lá saímos não lembro pra onde.
O fato é que alguns heróis passam pela sua vida e
desaparecem como um relâmpago e você acaba superando. Mas,os bons, os
verdadeiros, aqueles que importam, ficam com você o resto da sua vida.
Depois de todos esses anos não lembro de um monte de coisas que passaram, mas o sentimento de heroísmo, de grandeza, sempre me vem a mente quando recorro a imagem do velho.
Depois de todos esses anos não lembro de um monte de coisas que passaram, mas o sentimento de heroísmo, de grandeza, sempre me vem a mente quando recorro a imagem do velho.
p.s1: as coisas fazem muito sentido e
simplesmente deixam de fazer. O que fazia sentido, pra mim, há meses atrás,
hoje faz tão pouco sentido e, as vezes, é até divertido lembrar.
p.s2: estou re-assistindo "anos
incríveis" e estou re-apaixonado pela fofura da winnie Cooper. Seriado incrível,
como o seu próprio titulo.
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